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Geira, no Gerês

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"O território abrangido, na actualidade, pelo concelho de Terras de Bouro é particularmente rico em vestígios da presença romana, nomeadamente no que se refere a elementos remanescentes do processo de afirmação do Império romano, que contemplava a implementação de uma política administrativa assente em dois vectores vitais para a sua perpetuação: na definição de unidades político-administrativas e no traçado de vias que assegurassem uma ligação permanente e célere entre os principais centros.
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Marco Miliário próximo ao Museu da Geira

Na verdade, alguns troços desta via - vulgarmente conhecida por "Geira" - mereceu desde cedo a atenção dos precursores da investigação arqueológica portuguesa, entre finais do século XIX e inícios de novecentos, tendo sido incluídos (no caso da "Geira - 35 marcos miliários, série Capela") no primeiro (1910) decreto português de classificação de estruturas antigas como "monumentos nacionais, numa comprovação do interesse que a Arqueologia ia merecendo entre nós, mesmo que em circuitos ainda demasiado restritos da sociedade

Lado a lado com a Barragem de Vilarinho das Furnas

Uma atenção especialmente redobrada pelo facto da Via XVIII perfazer, a partir da dinastia flaviense (segunda metade do século I d. C.) a ligação entre localidades tão importantes, quanto as de Bracara Augusta (Braga) e Asturica Augusta (Astorga), razão pela qual foi referida no conhecido "Itinerário de Antonino
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Lajeado

Unindo populi e civitates (as mais vulgares unidades político-administrativas romanas, aproximadas, no que à área abrangida se referia, aos actuais distritos, centralizadas em torno de uma capital, à qual se subordinavam outras unidades urbanas e a respectiva população rural), esta via assumiu contornos especialmente estratégicos para circulação de bens e pessoas, num momento particular de expansão e crescimento económico do Império romano, fortalecido pelos recursos auríferos existentes no actual termo galego.


Milha XXXI

Marcos miliários e sinalização da milha XXXII

Milha XXXIV - Portela do Homem

O trajecto em epígrafe, distribuído ao longo de aproximadamente seis milhas (XXIX, XXX, XXXI, XXXII, XXVIII e XXXIV), duas das quais (XXIX e XXXIV) inseridas no Parque Nacional da Peneda-Gerês, engloba de igual modo, e como seria de esperar, inúmeros fragmentos de marcos miliários (c. de 200), a par de algumas pontes, elementos de circulação reutilizados já em plena Idade Média, numa confirmação da lógica do traçado romano.


Em Vias de Classificação - E a presente proposta de reclassificação reporta-se, justamente, a um destes exemplares, ou seja, à "Via Romana XVIII (Geira) no seu traçado por Terras de Bouro, da milha XIV (Santa Cruz) à milha XXXIV (Albergaria), incluindo todas as estruturas arqueológicas a elas associada"

Texto na integra em IGESPAR - Pesquisa de Património Online 

Fotos por AC

Linhares da Beira, perdida no tempo

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Linhares da Beira ficou perdida no tempo, entre os montes, cuja vila se desenvolve em torno do Castelo (aqui), com traços sinuosos, povoados pelo granito e cheia de recantos e pormenores, para descobrir a cada passo...















Mais sobre Linhares da Beira, clicando aqui.
Fotos por AC

Castelo e Vila de Óbidos

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"Há uma relação de afectividade neo-romântica para quem visita a vila de Óbidos. Serão poucos os casos no país onde a busca deliberada de um ideal cenográfico de Idade Média foi tão efectivo, razão da aparente atemporalidade das ruas do conjunto intra-muralhas, que, na sua sinuosidade, nas suas fachadas brancas e no vislumbre das inventadas ameias, nos transportam para um tempo mítico de um Portugal em formação.
São ainda obscuras as origens da fortaleza. Ao que tudo indica, a sua posição dominante em relação à extensa lagoa a ocidente, favoreceu a instalação de um primitivo reduto fortificado de origem romana. A Alta Idade Média não deixou vestígios aparentes da sua presença, e será, apenas, na viragem para o século XII que Óbidos voltará a merecer referências documentais precisas.


No mesmo impulso expansionista que levou as fronteiras de Portugal até à linha do Tejo, em 1147, a vila passou para a posse de D. Afonso Henriques, ficando para a posteridade uma tradição de tenaz resistência por parte dos muçulmanos. Anos mais tarde, na sequência das investidas almóadas de final do século, coube a D. Sancho I reconquistar a localidade, dotando-a, então, de condições mais efectivas de povoamento e de organização.
 


1210 é uma das datas mais marcantes da vila. Nesse ano, foi doada às rainhas, passando a figurar como uma importante localidade da casa das soberanas nacionais. Com presença assídua dos casais régios ao longo das Idades Média e Moderna, Óbidos floresceu e foi sucessivamente enriquecida por obras de arte. O mecenato artístico patrocinado por D. Leonor (século XV) e, especialmente, por D. Catarina (século XVI), marca, ainda hoje, a paisagem arquitectónica da vila.





O castelo e as muralhas de Óbidos evocam a importância da localidade na Baixa Idade Média. Apesar de, em grande parte, serem obra inventiva do século XX, asseguram a todos os que se dirigem à vila a identidade daquele passado emblemático. Desconhecemos a configuração do perímetro amuralhado inicial, contemporâneo da acção dos nossos primeiros monarcas. A torre do Facho, no limite Sul das muralhas e ocupando um pequeno monte, tem vindo a ser atribuída à reforma de D. Sancho I, mas a verdade é que os vestígios materiais inviabilizam uma análise mais pormenorizada. A ser assim, a ligação deste espaço ao monte do castelo ter-se-á dado logo no século XII.


Dividido em duas zonas essenciais (o castelejo, onde séculos mais tarde se instalou a Pousada, e o bairro intra-muros), a cerca define um perímetro bastante irregular, de feição rectangular e não oval, como seria mais frequente na castelologia gótica nacional. Entre o castelo propriamente dito (a Norte) e a Porta da Vila (a Sul), a Rua Direita estabelece a comunicação e aparece como o eixo de circulação privilegiado dentro da vila. Sensivelmente a meio, a Praça de Santa Maria é o principal largo do conjunto, ocupando um espaço quadrangular que corresponde ao adro da igreja tutelar da vila.



Mais consensual é a expansão urbana verificada na viragem para o século XIV. Com D. Dinis, Óbidos cresceu para fora das muralhas, ocupando o espaço em torno da igreja de São Pedro. Paralelamente, deu-se a reforma do sistema defensivo, e consequente actualização do dispositivo militar, campanha que deverá ter conferido a actual configuração ao perímetro amuralhado. Anos mais tarde, D. Fernando terá patrocinado novas obras, tendo a torre de menagem ainda o seu nome.





A reinvenção do castelo deu-se na década de 30 do século XX. Por acção da DGEMN, que visava reverter o conjunto à sua imagem medieval, todos os parapeitos foram dotados de ameias, assim como se reedificaram torres e troços que, entretanto, haviam sido destruídos. No final dos anos 40, construiu-se a pousada, no local do antigo paço, e toda a vila foi dotada de uma homogeneidade estética que passou pelo revestimento de cal das fachadas e pelo pavimento uniforme de todas as ruas."


Classificado como MN - Monumento Nacional - Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136, de 23-06-1910, Decreto n.º 38 147, DG n.º 4, de 05-01-1951
ZEP - Portaria publicada no DG de 18-09-1948
Zona "non aedificandi" - Portaria publicada no DG de 18-09-1948

Fotos por AC

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