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Castro de Alvarelhos

Localizado num contraforte da Serra de Santa Eufémia, sobranceiro ao Vale da Ribeira da Aldeia, no concelho da Trofa, temos o Castro de Alvarelhos. A apenas 218 metros de altitude, em relação ao mar, sofreu uma continua ocupação do local desde o Bronze Final até à Idade Média. É também conhecido por Castro de São Marçal.


Vista geral sobre o sítio

Hoje não é fácil definir a área exacta da ocupação da Idade do Ferro, uma vez que o povoado foi profundamente alterado durante a época romana. No entanto é unânime, entre os investigadores, que  a ocupação castreja se estende, genericamente, por cerca de oitenta mil metros quadrados. 

Estruturas circulares. Nas imediações, pavimento.

No interior do povoado foram detectados diversos vestígios das primitivas edificações, de planta circular.

+ vestígios da Idade do Ferro

Delimitando o povoado, existiriam três linhas de muralhas defensivas, sendo provável a existência de outras duas, na opinião de alguns investigadores. 

O aglomerado urbano romano tem estrutura ortogonal, podendo-se afirmar que a sua cronologia se situa entre os meados do século I e meados do século V. Encontramos a descoberto na plataforma central várias estruturas urbanas, na sua maiorira construídas nos primeiros 2 séculos da nossa era, separados por um arruamento central de maiores dimensões, estas de planta quadrangular e  rectangular.

Plataforma central, estruturas em torno do arruamento

Canalização romana.

O Castro terá adquirido grave importância em época romana, pela sua proximidade a uma grande via de circulação de bens: a estrada que ligava Porto a Braga (que em época romana corresponde a Cale e Bracara Augusta, respectivamente). É interessante a toponímia ali próxima, que para isso aponta, ainda hoje grande cruzamento de vias, a Carriça.

Vestígios do possível  mercado.

Pela proximidade da via, terá se constituído importante local de trocas comercias, mas há mais. Tal facto parece confirmar-se na descoberta de peças utilizadas para efectuar o sistema de padronização de quantidade de moedas de prata, que correspondiam a pagamento, conhecidas como ponderais.
Na imagem acima pode-se ver uma parede que parece pertencer a um edifício amplo de grandes dimensões, que poderá corresponder ao mercado.

Vista para Nascente, com pormenor das ruínas de forno
A ocupação prolonga-se até ao final do século XV, evidência que se reflecte, entre outros, pela presença de uma igreja, que exerceu funções de paroquia entre os séculos XII e XVI. De época medieval existem mais vestígios, entre eles uma extensa necrópole de inumação, que falarei numa próxima oportunidade.

Um sítio onde se viveu, à partida, às vezes em maior, outras vezes menor número, sem interrupção ao longo de cerca de 2500 anos. Hoje fala connosco, não através das suas gentes, mas através das suas pedras, que um dia foram projectos de vida, em sociedade.
Mais Pormenores, clicando aqui.

Sobre a necrópole e Igreja falaremos noutra pasta
(continua...)

Classificado como MN - Monumento Nacional, pelo Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136, de 23-06-1910
Constituído Zona Especial de Protecção (ZEP), pela Portaria n.º 105/93, DR, I Série-B, n.º 24, de 29-01-1993


Veja também a nossa monitorização a este sítio arqueológico, clicando aqui.
Fotos por AC

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