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o Alambor de Tomar

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A petição diz tudo e infelizmente é isto que se passa, por Tomar, junto ao Convento de Cristo.

As notícias são controversas... porém basta uma pequena pesquisa para aceder a várias imagens que circulam pela internet e que retratam de forma inegável a sua parcial destruição. (ver por exemplo, aqui)

Não se entende como se chega a isto, num local que foi classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade!


"No seguimento das obras de arranjo urbanístico levadas a cabo pela Câmara Municipal de Tomar da envolvente norte do Conjunto Imemorial de Tomar - Património da Humanidade -, foi destruído o alambor primitivo norte do Séc. XII do Castelo Templário de Tomar; um marco único a nível mundial da arquitectura militar medieval do Séc. XII.
As suas pedras, com quase 900 anos, foram retiradas e transportadas para um terreno baldio por trás do Convento de Cristo, onde se encontram abandonadas e desprotegidas, passíveis de serem facilmente furtadas.
Foi ainda iniciada, neste momento, a construção de uma parede de betão de 5m.

Os cidadãos a seguir assinados e identificados, vêm por este meio, requerer a Vossas Excelências a reformulação do mesmo, reintegradas as pedras retiradas, de acordo com as melhores práticas de restauro e conservação da arquitectura militar medieval do Séc. XII, com especial cuidado para a sua singularidade.
Garantindo a sua recuperação, manutenção e sustentabilidade a longo prazo"

Ler petição na integrar e assinar, clicando aqui

Património Nacional na sucata

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Valham-nos estes programas televisivos.. pelo menos, os carros abandonados foram retirados do local.
Curioso (ou talvez não) é o facto de os moradores da zona (pelo menos aqueles que foram entrevistados)nunca sequer terem lá ido.


Também o Correio da Manhã noticiou ontem (24 de Junho 2010), para a mesma freguesia do concelho de Sintra um atentado identico, na Anta da Pedra dos Mouros:

"A Polícia Judiciária de Sintra está a investigar a destruição da Anta da Pedra dos Mouros, monumento situado em Belas e que remonta a 3500 anos antes de Cristo, que terá sido destruída no último fim-de-semana.
Para investigar o eventual “crime de dano contra o património”, a PJ dirigiu-se esta quinta-feira ao local onde eram visíveis vários sinais de acampamento, fogueiras, lixo e a vedação estava parcialmente cortada. Segundo a PJ, “aparentemente”, a destruição não terá sido acto criminoso.
À agência Lusa, Guilherme Dias, presidente da Junta de Freguesia de Belas, reconhece que o monumento que está situado em propriedade privada, é visitado muitas vezes durante a noite mas que “seria preciso muita força para [o] partir”. O autarca culpabiliza o “rebentamento de rochas para construção” do IC16."

Assim vai o nosso património!

Ponte de Goimil - Que aconteceu?

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Já lá vão uns meses desde que fui a este local, despertada pela postagem relativa à Ponte do Carro, anteriormente referida, com a ajuda do material disposto pelo nosso aGente de Património Paulo J. Mendes, do blogue Esta de Velho!


Fui atrás da Ponte do Carro, num domingo qualquer, depois de uma rápida consulta no google earth, mas foi tão rápida a consulta, que em vez da Ponte do Carro, foi com a Ponte de Goimil que fui dar.

"Numa paisagem aberta das margens do rio Leça, ergue-se a ponte medieval de D. Goimil, outrora pertencente à antiga via romana que ligava os rios Douro e Ave, a mesma que, durante o reinado D. Afonso III (1210-1279), em meados do século XIII, seria conhecida como via veteris (Estrada Velha)." Diz-nos o IGESPAR.
Faz parte do Caminho de Santiago, seguindo a sestrada sempre em direcção ao Porto, iríamos dar à entrada mais antiga, pela Prelada, passando ao Carvalhido e em direcção ao centro.


Classificada de Imóvel de Interesse Público desde 1973, não se entende o seu estado (ou não se deveria entender). Tem uma caixa de esgoto a deitar para o Rio Leça, já demais massacrado pela poluição, mesmo a seu lado. Tal obra parece recente e não parece que tal fosse feita por um qualquer particular.


Encontra-se muito degradada, com piso recentemente arrancado, sem se entender para quê. Por um lado parece interessante a ideia de lhe arrancar o alcatrão, uma vez que para nada serve, pois já não é usada por carros.
E a calçada original é bem bonita!

Mas fazê-lo apenas em menos de metade, deixando todo o lixo, para acrescentar à degradação no seu redor? E será que tal acção teve as devidas medidas de protecção? Se não para que serve ser classificada? Para que serve ser do interesse público, se num dia qualquer, numa acção irreflectida (ou não!) pode assim ser tratada impunemente?
Só apetece suspirar, porque isto é mal geral, infelizmente...

A degradação é nota dominante

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Mais palavras para quê?

Valorização de Sítios Arqueológicos - Diagnóstico de Sustentabilidade

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Não podemos negar que já são evidentes inúmeros projectos de valorização de Sítios Arqueológicos. Tantas são as Rotas, os Percursos, os Restauros, os Centros Interpretativos, os Museus. São vísiveis os esforços de valorização do Património, de Norte a Sul, de Oriente a Ocidente... é tanta a acção, mas estará a ser Sustentável?

Também é de Norte a Sul que já transpira um desgaste, discretamente falando, dos sítios arqueológicos, após um uso que resultou da vontade de o conhecer e levá-lo às pessoas. Creio que resulta de boa vontade de alguns, mas por não chegar a muitos, acaba mais depressa por desaparecer.
Exemplo disso são as notícias que se ouvem falar sobre o vandalismo à arte rupestre; são os parques de picnic feitos sem acompanhamento arqueológico em castros; são sítios arqueológicos que são escavados e não são dados a conhecer resultados, tao pouco à comunidade cientifica, muito menos às pessoas; são locais cuja sinalização ficou abandonada; são assentamentos arqueológicos assinalados em roteiros, onde nada se vê à superfície a não ser muito mato, nunca tendo sido alvo de estudo; são locais que servem para andar de moto quatro; são locais que servem para alimentar a gula dos detectores de metais... e por aí fora.


 Exemplo de arte paleolítica do Poço do Caldeirão, junto ao Rio Zêzere.

O mesmo local depois de inserido no Centro de Interpretação da Barroca,devidamente sinalizado e com acesso facilitado. Um novo motivo circular surge gravado!

Cremos que também faz parte da técnica arqueológica colocar as questões certas, para lançar propostas de análise, de modo a chegar a resultados, nem que sejam na base da probabilidade.
Era necessário existirem indicadores... as respostas para as perguntas que vos fazemos agora, ainda não existem!


Para começar urge fazer um diagnóstico, urge saber o estado da coisa!

Proposta de Indicadores de Sustentabilidade:
Quantos sítios arqueológicos se encontram documentados?
Quantos foram alvo de projectos de investigação?
Quantos foram alvo de escavação arqueológica?
Qual a percentagem média de área de escavada?

Quantos foram alvos de projecto de valorização?
Quantos foram os sítios arqueológicos restaurados, incluídos em Rotas e Percursos, sinalizados, integrados em museus, em eco-museus, centro interpretativos?
Qual o número de visitantes? aumentou? diminuiu?
Quantas visitas foram guiadas?
Quantos foram os eventos/acções?
Quantas crianças o visitaram?
É usado pela população local?
Qual a sua fruição e de que forma é vivido?
Qual o seu estado de conservação?
Quantos têm manutenção? Qual a regularidade?
Qual o número de actos de vandalismo (voluntário e involuntário)? Em que tipologia de sítio arqueológico?

Quantos são os impulsionadores desses projectos? Quantos deles são museus, autarquias, instituições, institutos públicos (Universidades, Ministério da Cultura), associações locais e regionais?
Quantas pessoas estão envolvidos no projecto?
Quantas pessoas envolvidas resultam de consultas feitas à população local?
Qual a percentagem de participação pública?
Quantos são os projectos com parcerias?
Quantos intervenientes trabalharam em rede local ou regional?
Quantos projectos foram a consulta pública?

Quantos artigos cientificos foram publicados?
Quantos materiais para a divulgação foram feitos? Chegaram a quantas pessoas?
Quantos projectos tiveram em conta o saber, os gestos, o legado e tradições das populações locais?
Quantos projectos potenciam a identidade cultural de populações locais?


Chegámos à conclusão que não há, no presente, como fazer uma análise, muito menos um diagnóstico! Não existe um fio condutor, não existe uma gestão integrada, se assim fosse já tinhamos indicadores; a evolução da cena, parece-nos orgânica e desajustada.

(Fotos gentilmente cedidas pelo Dr. Luís Luís)

A Anta do Penedo do Com

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Monumento megalítico na freguesia de Esmolfe, já foi vário o interesse que despertou a investigadores, não passando alheio ao imaginário popular e o uso comunitário que adquiriu recentemente.



Foi restaurada nos finais do Século XX, uma acção do município local. Discutiu-se e criticou-se, entre a comunidade cientifica, o género de restauro aplicado, uma vez que não é clara a diferença entre o elemento antigo e o novo. Um lado inteiro do corredor foi reposto com pedra nova, talhada à semelhança da que se encontrava ainda (confesso que a mim me custa distinguir o antigo do novo).

Um dos esteios que sustentam a tampa da cabeceira, foi consolidado com uma espécie de argamassa, já se encontra muito deteriorado pela má inclinação da tampa.



Mas o que mais me preocupa não são as experiências de restauro menos bem conseguidas. Reflectem apenas concepções de restauro e formas de interpretação científica. Todas as nossas acções são fruto das limitações normais do tempo em que vivemos e das tecnologias que temos disponíveis; também elas são elementos de uso da anta e farão parte da sua História.




O que mais me preocupa é a utilização que esta Anta tem hoje em dia.

O espaço encontra-se completamente abandonado e sujo.

Uma pequena placa explicativa facilmente esmoreceu pela acção da chuva e do sol. Durou poucos meses e foi a primeira a desaparecer.


O caixote do lixo teimava em estar cheio e a deitar para fora. Facilmente partiu-se parte da base e o lixo foi caindo ao chão.


As placas sinalizadoras, setas simples e singelas em madeira, começaram por resvalar, depois foram-se partindo e por fim desapareceram.
Há cerca de um ano atrás descobri que se usa o local (talvez apenas de vez em quando), para beber umas cervejolas e acender umas fogueiras.

Talvez, numa dessas noites ou dias, não sei, tenha chovido, e ter-se-ão acoitado debaixo da tampa da própria câmara poligonal, fazendo uma bela fogueira encostada a um dos esteios que sustentam a tampa. Mais um pouco e quase parece um fumeiro.


As fogueiras foram acesas em cima de unidades estratigráficas, camadas de terra que detêm ainda muita informação. A acção do fogo foi um elemento constante aquando da utilização inicial deste género de monumento. Passaram por uma fase de ritualização e consagração, que envolve todo o processo de construção, uso e selagem. Por este motivo as fogueiras em cima do monumento são altamente intrusivas e agravam significativamente a possibilidade de análise mais detalhada de sedimentos, registo e estudo por outras gerações de investigadores.



Pode-se pensar que não deixa de ser um elemento de uso. E imaginar que figurará nos livros de arqueologia das gerações futuras, como um mais, entre milhares de exemplos de património arqueológico, que se esgotou; vítima do conceito de progresso que vigorou durante a Época da Tecnologia do Petróleo. A Anta de Esmolfe será apenas mais um exemplo da banal destruição de um recurso que não era renovável: o Património Arqueológico!

Pode-se pensar que será elucidativo registo de uma tentativa falhada de divulgar património, demasiadamente focada no imediato, como um qualquer capricho, descontextualizada, fruto de meras vontades de uma economia de consumo.

E como a pensar morreu um burro, lanço o apelo!

Faz falta dar a conhecer o que foi aquele espaço.

Faz falta um equipamento onde pudéssemos conhecer umas e outras realidades que já vivemos, reconhecermos que já fomos diferentes, já tivemos outras vivências sociais, outras estratégias e economias, outras formas de explicar o mundo. E tudo isto sem termos de nos perder em labirintos e caminhos de terra batida, ao estilo aventura de destemidos, para depois acabar a cortar um pé numa lata de atum.




Faz falta saber porquê devemos proteger e valorizar aquele espaço.
Faz falta a informação do que foi esse espaço, pois só se dá valor ao que se conhece.

A placa explicativa faz falta, mas idilicamente ela nem devia ser precisa.

saída do passado - aventura no futuro

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estava ali a lavar fragmentos cerâmicos, vulgo cacos, e a pensar na rábula do "Contra informação", da barbie arqueóloga, que tanto pega na escovinha como na picareta!

picaretas à parte, esfrego gentilmente os materiais cerâmicos com uma escovinha de unhas. penso, como irá o arqueólogo daqui a 100 anos criticar-me... e imagino assim:

-"como é possível? tanta informação que se perdeu nestes itens! o arqueólogo que tratou estes materiais lavou de tal forma as superfíces deste magnifico e raro fragmento de fundo de prato. podiamos ter recolhido daqui restos de comida, saberiamos a última refeição que serviu e o seu ano exacto... etc. etc. eles deviam crer que não havia amanhã, que estavam no auge da sua civilização! ah o Homem!"

(fugindo do presente, não imagino os arqueólogos do século XXII aos insultos aos colegas, isso é o que se faz hoje em dia, há sempre possibilidade de mudar!
não quero com isto chegar a lado nenhum, perdoem-me as filosofias!
podia falar das tantas escavações de emergência, em contexto de obra de estradas, barragens, casas etc. ; registos que deixam muito a desejar. registos que muitas vezes nem sequer saiem do caderno de campo, nem tao pouco passam pelo prelo, e muito menos geram algo de útil. podia falar da quantidade de sítios arqueológicos que são pilhados todos os dias. podia falar dos sítios que são destruídos sem qualquer registo deles... e por aí fora).
referi-me aqui à lavagem de cacos, para dar o exemplo de uma parte importante do trabalho do arqueólogo que me leva a parar para pensar e tomar consciência da minha acção, (porque medir a minha pegada patrimonial ainda não sei como). qual a marca que deixo no património de todos?
voltando à minha aventura no futuro, pergunto:
estaremos a deixar património arqueológico para as gerações futuras?

nunca é demais relembrar...

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"Utilização de detectores de metais
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte:
Artigo 1.º
Utilização de detectores de metais
É proibida a utilização de detectores de metais na pesquisa de objectos e artefactos relevantes para a história, para a arte, para a numismática ou para a arqueologia.
É igualmente proibida a utilização e o transporte de detectores de metais não licenciados para efeito de pesquisa em monumentos e sítios arqueológicos classificados ou em vias de classificação, nos termos da Lei n.º 13/85, de 6 de Julho.
Artigo 2.º
Licenciamento

Compete ao membro do Governo para a área da cultura, através do organismo a quem cabe a protecção do património cultural, autorizar, mediante a concessão de uma licença, a utilização de detectores de metais, em função dos objectivos a atingir, dos locais a prospectar e da idoneidade científica do interessado.
A licença a que se refere o número anterior tem a validade de um ano, mediante requerimento do qual constem os seguintes elementos:
Identidade do requerente;
Objectivo da prospecção;
Locais a prospectar;
Características do aparelho de detecção de metais.
(...)
Artigo 5.º
Contra-ordenações
A violação do disposto nos artigos 1.º e 3.º da presente lei constitui contra-ordenação punível com coima de 500 000$00 a 1 000 000$00 e de 1 500 000$00 a 9 000 000$00, conforme seja praticada por pessoa singular ou colectiva, respectivamente.
No caso previsto no número anterior, a negligência é punível, sendo o montante mínimo e máximo da coima a aplicar igual a metade dos montantes mínimos e máximos ali previstos.
A tentativa é punível." (...)
DATA:Sexta-feira, 20 de Agosto de 1999
NÚMERO:194/99 SÉRIE I-AEMISSOR:Assembleia da RepúblicaDIPLOMA/ACTO:
Lei n.º121/99SUMÁRIO:
Utilização de detectores de metais
PÁGINAS DO DR:5527 a 5527TEXTO: Lei nº 121/99 de 20 de Agosto

Conheça a história do Concelho de Sátão. Ajude a preservar a sua Memória!

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"Encontra-se em curso um trabalho exaustivo de identificação de sítios arqueológicos, o qual, até ao momento, nos revelou informações valiosas para o conhecimento das comunidades mais antigas que habitaram o território que constitui o actual concelho de Sátão. Exemplo que nos cabe mencionar, pelo seu elevado valor patrimonial e histórico, é o lugar onde actualmente se implanta a capela da Senhora do Barrocal, na povoação do Carvalhal.

Recentemente foram postos a descoberto uma inscrição medieval que consagra o local, pelo menos desde o século X. Apareceu ainda uma sepultura escavada na rocha, confirmando inequivocamente o carácter sagrado do local desde época medieval.

Parte da inscrição foi coberta com cimento e colocada num penedo, sobre uma lagareta. Sabemos que a inscrição poderá estar deslocada do seu lugar original. Convêm referir que ainda se encontra inédita, ou seja, não está publicada e não foi feita a leitura exaustiva do seu campo epigráfico. A sepultura escavada na rocha foi identificada pela primeira vez pela equipa de arqueologia, responsável pelo trabalho de levantamento arqueológico e foi posta a descoberto por outrém, sem que tivesse havido autorização por parte da entidade que tutela o Património histórico/arqueológico.


Além destas acções cabe-nos mencionar movimentações de solos que voluntariamente foram sendo feitas sem que tenham sido alvo de acompanhamento arqueológico. À superfície são visíveis inúmeros fragmentos de cerâmicas de época pré-histórica e medieval, muita telha, escória além dos inúmeros muros, muralha de pedra talhada relativamente conservado, abrigos naturais que poderão ter servido como lugares de refúgio ou de habitação permanente.
Questionamo-nos, toda a zona da capela sofreu beneficiação. Mas será beneficiação colocar em risco os vestígios arqueológicos e destruir o património que é de toda a comunidade? Já se ouve falar de muitos sítios arqueológicos, em outros pontos do país, que foram valorizados. Mas foram alvo de trabalhos devidamente enquadrados e devidamente autorizados pelo estado, como manda a lei.
Para que a valorização do património possa acontecer, a consciencialização deve começar na própria comunidade local, de forma a promover a participação das Pessoas na gestão do seu património arqueológico e histórico. Enquanto Comunidade temos o dever de ser social e culturalmente responsáveis pela manutenção e preservação do nosso património. Deste modo estaremos a contribuir para a sustentabilidade desta comunidade.
É de lamentar para o concelho e para as Pessoas desta comunidade a perda um património sacro único na região. Conhecermos a nossa historia permite-nos valorizar os nossos sítios /monumentos, um dos nossos mais valiosos bens, e legá-los de forma preservada aos nossos filhos e para que gerações vindouras possam usufruir da sua riqueza e beleza. "


Notícia a publicar em Março no Jornal A Gazeta de Sátão
Hugo Baptista
Ana Maria Carvalho
(arqueólogos)

Pegada Patrimonial?

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Já deve concerteza ter ouvido falar de pegada ecológica. é feito um cálculo com base naquilo que consumimos de recursos naturais. o tamanho dela depende muito do nosso estilo de vida; pode ser calculada a cada individuo, mas pode também revelar o impacto que uma região, um país ou uma sociedade tem sobre o planeta.
Saiba + sobre Pegada Ecológica, clicando aqui.

Pegada patrimonial, é um conceito meu, e parte do principio que somos consumidores de património cultural, gostando dele ou não, fazemos uso dele, por vezes sem saber; ou seja exercemos sobre ele uma pressão que é reflexo da economia, da sociedade e da política em que vivemos actualmente.

Qual o impacto da abordagem dos profissionais sobre ele?
São eles que o trabalham e o levam á comunidade e o democratizam (ou não).

Qual o impacto de escavar sítios arqueológicos? Ou melhor, qual o impacto das práticas de registo e de preservação?
E a musealização? Qual o impacto da divulgação que é feita?

E por fim, é protegido e valorizado pelas comunidades? Traz bem estar e qualidade de vida?
(...)

O património cultural não é um recurso renovável, ou é? 

A cultura está sempre em transformação e é um acto continuo e no plural. Mas, até que ponto pode servir de pilar da sustentabilidade contribuindo para a luta contra as alterações climáticas ou para a dimunuição de resíduos?

Já que tanto se fala na biodiversidade...
E a diversidade cultural?

Confesso que o conceito parece dificil até de compreender, quanto mais de por em prática o cálculo!
Experimentemos então...

detectores de metais... a culpa é do indiana

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"é na lapa da caldeira, tem lá um buraco escavado na rocha. eu acho que é um lagar dos mouros"
Desenhou-me no chão de terra batida do seu quintal uma estrutura semi-circular. Como desconfiei tratar-se de um silo, no dia seguinte lá estava no alto da Rãs, como combinado, para ir visitar a tal lapa.

Furámos por entre os tojos e as giestas altas e cheias de carraças, visitamos o abrigo formado por uma grande pala (curiosamente terá sido escolhido para refúgio nas invasões francesas); pulamos mais uns calhaus e lá chegamos.



De facto o grande calhau de granito quase parece uma caldeira ao lume do ventre quente de fevereiro. dentro da caldeira gigante de pedra uma estrutura (ver 1ª foto) que bem pode ser um silo... que se entranha para o ventre do penedo.
De que época? não me atrevo a responder, mas pelo enquadramento dos vales largos e bem rochosos da ribeira do Coja com nascente a poucos quilómetros, em zona de transição para planalto beirão, com o abrigo na rocha próximo, é possível que seja bem antiguinho.
É provável que a estrutura servisse para armazenar bens de consumo, talvez de comunidades que vivessem mais da pastorícia. a paisagem envolvente sugere isso.

"no outro dia estivemos cá com um detector de metais" diz o meu guia, "mas não apitou". pulo em cima da caldeira de pedra e defendo-a aos 4 ventos.

"e se tivesse apitado?"

"tinhamos escavado tudo"

"vocês têm noção que se o tivessem escavado, esta preciosidade que viveu oculta durante milénios, seria mais um buraco vazio de significado... ainda para mais sendo desta natureza, desta tipologia, com esta cronologia... no planalto beirão(?!). não os há para aí aos pontapés! ( e mesmo que houvesse)"
- suspiro-
"registar devidamente o que encontra lá dentro, estará muito possivelmente intacto, estará in situ, pode abrir as portas para um conhecimento de uma parte de nós mesmos que está no escuro."

o meu guia apenas ri.

Que fazer? Como divulgar o património ao mesmo tempo que o valorizamos? Como se valoriza à SÉRIA o património? É fazendo-o sair do anonimato que o protege? Qual será o impacto de tal acto? Não estaremos a expô-lo sem pensar nas consequências?
De que vale se não tivermos todos nós vontade de lhe dar valor? E só se dá valor ao que se conhece...

Receio que daqui a 50 anos possámos ter perdido o nosso "heritage" pela avidez de riqueza, por vontades e por pilhagens, que aliás se repetem um pouco por todo o nosso querido país... dane-se o indiana jones!

Amolador de tesouras

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"se me deixar levá-lo posso arranjá-lo melhor" diz o amolador de tesouras para a dona do guarda-chuva estragado.
de bicicleta, com a bandeira de portugal no guiador, corre a urbanização inteira. em plena cidade do porto ainda se ouve o som da gaita de beiços e ainda há clientela. ainda há, nos tempos consumistas em que vivemos, quem se preocupe em rentabilizar aquilo que tem.

o que não sabem é o quão precioso pode ser... o quão sustentável é continuar a mesma filosofia de antigamente:
diminui-se a produção de resíduos e prolonga-se o tempo de vida de objectos; dá-se trabalho localmente; não emite CO2 para a atmosfera (por se deslocar de bicicleta) etc. além de tudo isso repete gestos que há séculos vivem entre nós, apesar de quase desaparecidos.
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