Loading...
Mostrar mensagens com a etiqueta Paisagem Rural. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Paisagem Rural. Mostrar todas as mensagens

Legumes com sabor a mar

2 comentários

Mais um exemplo de adaptação da paisagem ao mundo rural. Os fortes ventos são óptimos para afastar os parasitas, embora me pareça que ainda se utilizem químicos. Não é rara a presença destas hortas no litoral de Vila do Conde.
Um pormenor:
Sabe para que servem as garrafas de plástico colocadas em paus espetados na terra, que se vêm na fotografia? O leve batucar ressoa na estaca, que emite vibrações no solo para afastar os roedores, nomeadamente as toupeiras.

Esta magnífica horta encontra-se mesmo em cima das rochas, as quais serviram de socalco natural (com um pouco de ajuda de mão humana).

 Para lá do estreito canavial, uns metros abaixo, quem se estende ao sol são os banhistas.


Com uma horta destas (adaptando-a totalmente a agricultura biológica), virava agricultora! E você?

1 Moinho, no rio de moinhos

1 comentários

Leva de água para a Azenha de Rio de Moinhos - Sátão.
Terra de boa trigamilha e bom vinho do Dão.
Ribeira do Coja, afluente do rio Dão... fossem agora as águas tão limpas, como o eram...


a vindima

1 comentários
porque estamos em plena época da vindima,
 mesmo à véspera da sua colheita, deixo-vos estas uvas do Dão, da freguesia de Povolide...


Jaen chamam-lhes... bem docinhas por sinal.





para quem prefere branco.

Gente da Minha Terra

0 comentários
Sempre que volto a casa fico saudosista… a pensar nas pessoas da minha infância. Não apenas aquelas com quem contactei, mas aquelas de quem ouvia falar.
Cresci numa freguesia rural, com vários lugares, no interior da Beira Alta. Nos núcleos mais antigos as casas são em pedra, algumas ruas são medievais e muito próximas de uma possível Villa romana e outros habitats.







Hoje todos os lugares estão praticamente unidos por malha contínua de casas, muitas delas construídas nos anos 80, por emigrantes na Suiça, França e Alemanha, principalmente.


Na aldeia todos se conhecem e são uma comunidade muito próxima.
Muito se fazia em comunidade e era bem mais fácil distinguir as pessoas pela alcunha. Essas alcunhas referem-se não só ao individuo, mas à familia do mesmo e vão passando de geração em geração.


Com respeito apresento aqui os nomes, alguns são família, vizinhos, conhecidos… actores locais, pessoas que mantêm o interior vivo. É Gente da minha terra.

A Mikas Moleira e o ti António Moleiro

O Cereeiro

O Quero-Carne

O Peidinho

A Borrada

O Buraquinhas

O Caga-a-pino

A Pissotas

A Prejuíza

O Zé Maria Ligeiro

A Madalena do Moiro

Os doutores

O Verdugo

A do Lulu ou Lulua

A Mikas Miuda

A Tia Mikas canhota, mulher do canhoto

A Tia Mikas Caçoila

A Rasga-a-Saia

A Corre-e-Dança

O Mámiço

Ainda muitos cultivam a terra. Terra conhecida pelos pêssegos, pelo vinho e pelo pão. E mais não digo, porque poderia ser qualquer terra. Isto das alcunhas é uma característica sócio-cultural que tem o seu posto de antiguidade, um pouco por todo o país.


Fazem parte de um universo em que ainda vai resistindo, onde a vida em comunidade era tão natural como respirar:

- Existia alguém com quem se partilhava a água da poça;

- Outro que ajudava a prender a burra;

- Havia quem se rogasse para ir à feira ou para ir fazer a poda;

- Alguém para ajudar a encher os farinheiros;

- Outro que desse a lenha para deitar o lume às choiriças;

- Quem fizesse rezas ao céu aberto;

- Alguém que ajudasse a matar e a estripar os coelhos;

- Alguém que dava o fardo da palha para chamuscar o porco e queimar-lhe o pelo, na matança (…)



Esta realidade resiste, mas já está a perecer pela fuga para meios urbanos e pela "normalização" do consumo pelas massas, excessivamente regulamentado e impessoal.

Está-se a perder esta diversidade cultural e com ela esta a perder-se também a biodiversidade que dela resultava.

A rotunda das Oliveiras

2 comentários

Já vi muitas rotundas que ilustram as terras pelo nosso país fora. Esta provoca-me um sentimento de profunda alegria. Ao chegar à capital de concelho de Sátão vejo as oliveiras, nas luzes da ribalta.
São velhas e pesadas pelos anos e bem valiosas; depois de dezenas de colheitas, de fino fio de oiro.
Só é pena a iluminação não ser com focos deitados na relva a projectar luz para os braços da árvore; como se fossem paredes dos monumentos históricos da nossa memória!

os hábitos do moleiro

1 comentários
-"o rio leva muita água. tem chovido tanto. oh que tempo este!"

Aquela paisagem está encharcada, com som fresco a águas vivas. E realmente o rio Coja leva muita água. Numa plataforma encravada a meio da encosta acidentada vive um casal de moleiros, a escassos 30 metros do rio e da sua fonte de rendimento.
Devem acordar sempre lavados! Ainda que as águas limpem os males de muita coisa. Talvez isso explique a sua cor acastanhada.

Lá chegámos com a taleiga de milho ao moinho.
-"olhe que não quero farinha já feita. queria mesmo a farinha do meu milho; é já a pensar no folar da páscoa e se for farinha mais de trás não dá".
-"atão antes de segunda-feira não venha cá, porque tenho aquilo lá abaixo tudo cheio de água."

A água molda os hábitos do moleiro e só resta a aceitação; Abre-se então espaço para tratar de outras lides, como por exemplo a poda. Corta-se com o inútil. O Inverno convida a essa limpeza, ou não chovesse tanto.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...