Na freguesia de Ferreira de Aves, no âmbito do levantamento arqueológico, que ainda estamos a terminar, foram identificados cerca de 27 sítios arqueológicos - 1 povoado fortificado, 11 lagares escavados na rocha, 1 represa romana, 6 habitats (3 romanos e 3 romanos/altomedievais), 1 castelo roqueiro, 3 necrópoles de sepulturas escavadas na rocha e 4 sepulturas isoladas, também escavadas na rocha. Para além destes temos ainda 3 monumentos megalíticos, que com a recente alteração dos limites concelhios pertencem agora a Vila Nova de Paiva.
Numa área de cerca de 15,90 km², a freguesia já foi concelho, recebeu foral em 1110, outorgado por D. Afonso Henriques. Cerca de 19 sítios arqueológicos são de época medieval, aceitando que alguns destes poderão ter tido uma ocupação anterior e continua desde época romana.
Em Outeiro de Baixo encontramos um habitat romano que terá tido continuação de ocupação medieval, que se chama Vinha do Plastro...
(Nesta altura deve estar a perguntar-se: mas como, como podem saber isso? Os fragmentos de materiais cerâmicos que encontramos à superfície são um dos indícios preciosos, que nós arqueólogos utilizamos para poder atribuir a cronologia a um sítio arqueológico, assim como atribuição de tipologia - Castro, Habitat etc. Esses materiais passam despercebidos a quem está com outras preocupações na cabeça, num mundo cheio de outras coisas para aprender e assimilar. Porém há pessoas a quem lhes chama a atenção e daí que a recolha oral, feita entre as pessoas que ali vivem tem uma importância vital na detecção de sítios com ocupação humana antiga.)
... à superfície, por uma área invulgarmente extensa, há fragmentos de cerâmica comum, tégula e ímbrice em abundância (cerâmica de construção romana). A escória de fundição abunda por toda a área, no entanto existe uma área, no extremo Norte do sítio, onde se encontram centenas de fragmentos de escória de fundição, e é onde encontramos os maiores fragmentos. É possível ainda encontrar, pontualmente, núcleos de sílex. Encontramos pedra aparelhada nos muros e uma base de coluna. Noutros trabalhos foram encontrados pesos de tear. Há uma sepultura escavada na rocha.
Pertencentes a este sítio temos ainda a lagareta do Casal, o lagar de Leira do Lagar e da Quinta das Donegas. Segundo recolha oral, existiria ainda um outro, a cerca de 200 metros a Nordeste, que foi destruído.
Numa área de cerca de 15,90 km², a freguesia já foi concelho, recebeu foral em 1110, outorgado por D. Afonso Henriques. Cerca de 19 sítios arqueológicos são de época medieval, aceitando que alguns destes poderão ter tido uma ocupação anterior e continua desde época romana.
Em Outeiro de Baixo encontramos um habitat romano que terá tido continuação de ocupação medieval, que se chama Vinha do Plastro...
(Nesta altura deve estar a perguntar-se: mas como, como podem saber isso? Os fragmentos de materiais cerâmicos que encontramos à superfície são um dos indícios preciosos, que nós arqueólogos utilizamos para poder atribuir a cronologia a um sítio arqueológico, assim como atribuição de tipologia - Castro, Habitat etc. Esses materiais passam despercebidos a quem está com outras preocupações na cabeça, num mundo cheio de outras coisas para aprender e assimilar. Porém há pessoas a quem lhes chama a atenção e daí que a recolha oral, feita entre as pessoas que ali vivem tem uma importância vital na detecção de sítios com ocupação humana antiga.)
... à superfície, por uma área invulgarmente extensa, há fragmentos de cerâmica comum, tégula e ímbrice em abundância (cerâmica de construção romana). A escória de fundição abunda por toda a área, no entanto existe uma área, no extremo Norte do sítio, onde se encontram centenas de fragmentos de escória de fundição, e é onde encontramos os maiores fragmentos. É possível ainda encontrar, pontualmente, núcleos de sílex. Encontramos pedra aparelhada nos muros e uma base de coluna. Noutros trabalhos foram encontrados pesos de tear. Há uma sepultura escavada na rocha.
Pertencentes a este sítio temos ainda a lagareta do Casal, o lagar de Leira do Lagar e da Quinta das Donegas. Segundo recolha oral, existiria ainda um outro, a cerca de 200 metros a Nordeste, que foi destruído.
4 lagares de vinho! então porquê? interrogo-me... ainda se estivessemos em zona de bom vinho?!Porém nesta freguesia o cultivo da vinha é hoje em dia raro, uma vez que a sua qualidade deixa a desejar...
e os milhares de fragmentos de escória? alguns são bem grandes...
Estará aqui a explicação do nome atribuído ao antigo concelho?
talvez nunca venhamos a saber... porém não é difícil imaginar muita gente a trabalhar o ferro aqui! Para tanta gente seriam precisas casas, alimento, e vinho (?).
Ferreira das Aves... as Aves ainda por cá andam e são muitas, felizmente!
3 comentários:
e no rio vouga, não há nada? aposto que haverá muita coisa...
olá Alexandre,
sim há muita coisa... não é longe daqui que o rio nasce e ganha expressão; erro meu não fazer referência (crasso).
Outeiro de Baixo está a menos de 200 metros da ribeira do convento, afluente do rio Vouga. Haverá sequela deste artigo. Mas não é somente nesta freguesia que encontramos vestigios associados a ele... fique atento :P
beijos e obrigada pelo comment
se não fosse eu um assiduo acompanhante de arqueólogo no seu extenuante trabalho de campo (e não só, pq pôr isto tudo na base de dados tb dá trabalho!...)
acho que não percebia muito mais do que a última frase, que esta excelente e é verdade (c'as aves quase me acertavam em cima)
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