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Poça da Moura - Nova aproximação à realidade arqueológica



Na sequência de uma postagem anterior, a respeito da freguesia de Ferreira de Aves (concelho de Sátão) aqui vai mais um cheirinho dos trabalhos de levantamento arqueológico. A Poça da Moura é uma represa que se encontra na ribeira do Convento, afluente do Rio Vouga, a Ocidente da Serra de São Matias, o domínio visual sobre o vale é bom. Ao longo de 4 quilómetros para Sul podemos encontrar diversos vestígios de ocupação humana de cronologia romana e medieval (habitats, necrópoles de sepulturas escavadas na rocha, lagares, 1 convento e 1 possível Torre...)



Não distante do Vinha do Plastro já referido aqui a propósito de villae romanas e lagares e de ferradias e a poucas centenas de metros a Norte do núcleo medieval do Castelo, encontramos a Poça da Moura, represa considerada romana por Marina Vieira.

Lá aspecto de romana tem, com os seus grandes blocos bem aparelhados e reforçada com blocos graníticos de grandes dimensões.

Mede actualmente cerca de 5 metros de altura e 2,5 metros de largura. Apresenta escalonamento para melhor sustentação das águas. Aproveita do lado Sul o afloramento para seu fortalecimento. O lado Norte encontra-se mais fortalecido por aparelho mais cuidado e reforçado. Lateralmente é possível visualizar que a sua altura já foi maior.




Encontram-se  adossadas a grandes massas de afloramento granítico ruinas do que foram 10 azenhas, agora ao abandono. A área encontra-se muito invadida pela vegetação rasteira (silvado e giestal), pelo que foi díficil a completa visualização das ruínas.



Refere Marina Vieira, em recolha oral, que esta teria sofrido graves danos há cerca de 100 anos atrás; altura em que teria o dobro da altura. Pelo que apurámos a represa, até recentemente, servia para regar as terras socalcadas até ao fundo do vale.

 Encontramos ainda entalhes rectangulares e semi-circulares e circulares espanhados pela área. Um entalhe semi-circular apresenta uma profundidade considerável e adivinha ter servido de encaixe a uma mó. Esta estrutura encontra-se muito próxima à represa e na direcção da corrente de água.

 



Bibliografia de referência: VIEIRA, Marina Afonso, 2004: Alto Paiva. “Povoamento nas Épocas Romana e Alto-medieval”, Trabalhos de Arqueologia, 36. Instituto Português de Arqueologia

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